sábado, 20 de novembro de 2010

Telefones celulares e câncer no cérebro

Medo de câncer no cérebro por causa de telefones celulares ganhou força por causa de alguns processos milionários, em que os reclamantes alegavam uma relação.
Num processo contra a Motorola e vários outros grandes fabricantes, o queixoso, um neurologista de Maryland (EUA), reclamou que sua esposa morreu devido a um tumor no cérebro causado pelo uso de celular. Como evidência, seus advogados apresentaram os resultados de uma pesquisa feita por um pesquisador de câncer sueco que indicava uma possível relação. Mas advogados de defesa também apresentaram uma pesquisa provando o contrário, e em setembro de 2002, o processo foi arquivado.
Ainda assim, as pessoas estão preocupadas. A razão é que telefones celulares produzem radiação eletromagnética que penetra no cérebro a uma curta distância da antena do aparelho. Mas essa radiação é diferente da radiação ionizante dos raios-X ou de um pedaço de urânio, que destrói DNA e é claramente relacionada ao câncer.
As radiações dos telefones celulares, bem como a dos rádios transmissores, caem numa faixa de frequência próxima da que você é exposto quando próximo de um aparelho de TV, ou da que vaza de um forno de microondas. Isso poderia, teoricamente, danificar células do cérebro por que elas são aquecidas. Mas o aquecimento dos telefones celulares é desprezível. Não é como se o seu cérebro estivesse sendo cozido.
“A pesquisa é inequívoca que esse tipo de radiação não causa câncer. Mas essa dúvida faz com que muita gente tenha medo disso”, diz David Ropeik, diretor de comunicações do Centro de Analise de Riscos de Harvard.
Telefones celulares interferindo em equipamentos hospitalares
Se você receber uma chamada na sala de espera de um hospital, você poderia estar causando algum problema num paciente ligado a equipamentos de sobrevivência artificial no andar de cima?
De acordo com uma pesquisa limitada que foi feita, a possibilidade que alguma coisa desastrosa acontecer é pequena. Num estudo divulgado em janeiro de 2001, pesquisadores da Clínica Mayo de Rochester (EUA), testaram telefones celulares nos equipamentos de monitoramento cardíaco e de atividades pulmonares. Eles descobriram que telefones celulares causam interferências, mas em muitos casos a interferência não foi causa de preocupação. Esses testes foram feitos com os equipamentos apenas, significando que nenhum paciente estava conectado a eles no momento dos testes. Testes ainda precisam ser feitos com pacientes ligados aos aparelhos.
Telefones celulares em aviões
Isso parece bobo: Um Jumbo não tem circuitos de segurança para protegê-lo de ser derrubado por causa de um pequeno telefone Nokia?
Na realidade existem duas razões para que exijam o desligamento de telefones celulares em aviões. A Comissão Federal de Comunicação (FCC), equivalente nos EUA a ANATEL aqui do Brasil, bane o uso de celulares por que eles poderiam causar um caos na comunicação dos sistemas de telefonia celular em terra.
Sinais de um telefone celular, quando usados em terra ou bem próximos dela, alcançam apenas algumas estações bases. A estação que receber o seu sinal mais forte cuidará da sua chamada. Quando você se move, dirigindo ou andando, a próxima estação base pegará sua chamada. Do ar, porém, o sinal de seu telefone alcançará muitos quilômetros, e portanto muitas estações bases ao mesmo tempo receberão seu sinal com igual intensidade. Mais ainda, você estará se movendo a centenas de quilômetros por hora. Os sistemas de telefonia celular não foram projetados para lidar com essas situações.
A Administração Federal de Aviação, por sua vez, dá suporte a proibição da FCC por seus próprios motivos. Eles temem que os celulares interfiram nos sistemas de navegação das aeronaves.
Incidentes reportados pela tripulação de varias aeronaves demonstram que existe potencial para problemas. Vários distúrbios nos sistemas eletrônicos das aeronaves foram reportados envolvendo passageiros usando equipamentos eletrônicos pessoais. Em testes feitos em fevereiro de 2000 pela Autoridade Britânica de Aviação Civil mostrou que celulares, na verdade, interferem nos equipamentos das aeronaves. A posição que o passageiro está sentado dentro da aeronave faz uma grande diferença. Interferências variaram significantemente conforme o celular se move dentro da fuselagem.
Uso de celulares enquanto dirige
Muitas cidades e agora um estado (nos EUA, porque aqui no Brasil é totalmente proibido) exigem que o motorista use o sistema de viva-voz para falar no celular enquanto dirige. Isso ao menos o deixa com as mãos livres, já que não o cérebro inteiro.
O que causa o problema não é a falta de uma mão para dirigir, é que simplesmente tendo uma conversa telefônica seus reflexos são diminuídos.
Segundo um estudo publicado pelo Jornal da Medicina da Inglaterra em fevereiro de 1997, pesquisadores cruzaram os dados de contas de telefones celulares e acidentes de 699 motoristas proprietários de celulares que se envolveram em acidentes num período de 14 meses.
Eles descobriram que os riscos de um motorista usando um celular se envolver num acidente é 4 vezes maior do que o de um motorista sem telefone. Eles também descobriram que o uso de viva-voz não ajuda em nada. Motoristas tagarelas usando viva-voz se envolveram em acidentes tanto quanto os que não utilizavam esse artifício.
Várias pesquisas mostram que qualquer tarefa que exija memorização, aritmética ou atenção, é grandemente afetada ao se falar ao telefone. Ouvir rádio ou mesmo um livro em áudio, não apresentaram o mesmo perigo que o telefone.
Houve um caso, na China, em que um usuário de celular que estava andando a pé e falando ao celular se chocou com um poste, teve traumatismo craniano e morreu. Isso não significa que não poderá andar e falar ao celular, mas pelo menos preste atenção aos postes.

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