Apesar
das duas descobertas de água congelada em Marte no ano passado (perto
do Pólo Sul e na superfície da calota polar norte do planeta), ninguém
pôde averiguar ainda se a água existe em estado líquido, condição
essencial para a existência da vida como a conhecemos. A Nasa (agência
espacial americana) continua procurando indícios de vida no planeta
vermelho.
3 - A origem da vida
Tentar
entender a origem da vida não é lá muito fácil. Por mais que avancemos,
sempre acabamos no mesmo lugar. Não há muitos dados com que trabalhar
para encontrar a resposta, e a Terra não tem registro do que aconteceu
bilhões de anos atrás, quando a vida estava sendo formada. Os
cientistas concordam que a vida pôde sobreviver a uma viagem de Marte
para a Terra, dentro de uma rocha expelida pelo impacto de um asteróide.
Um estudo em novembro revelou o motivo de uma pedra marciana aportar na
Terra uma vez por mês, em média. Uma idéia maluca, de que insetos
simplesmente chovem do espaço junto com a poeira de cometas, ganhou o
apoio de um segundo estudo, publicado em dezembro. Nele, os cientistas
afirmam ter encontrado alguns desses insetos espaciais na atmosfera
terrestre. A maioria dos
cientistas, contudo, acredita que vida na Terra foi cozida em uma sopa
de químicos pré-bióticos aqui mesmo no planeta. Os ingredientes - água e
químicos orgânicos - podem, bem, ter vindo do espaço, mas a Terra
provavelmente atuou como incubadora. A
resposta irá resultar em quão provavelmente a vida pode ter começado em
algum outro lugar, em Marte ou em torno de outra estrela.
4- Segredos lunares
Um
estudo publicado em julho mostrou que há cerca de 5 toneladas de pedras
terrestres em toda a superfície da Lua. Essas pedras contêm informações
sobre a composição da jovem Terra e sua atmosfera, e possivelmente
sobre a origem da vida. A questão é que ninguém pode afirmar que essas
pedras estão lá ou podem ser resgatadas, mas os cientistas estão
otimistas. "Esse estudo nos
dá uma razão para voltar à Lua, para olhar para ela como uma janela para
a jovem Terra", diz John Armstrong, da Universidade de Michigan. "Seria
o modo mais rápido e barato de aprender sobre os anos iniciais do
planeta e a formação de todo o Sistema Solar".
5- Estamos sozinhos?
Astrofísicos,
astrônomos e cosmologistas sempre olharam para o espaço procurando
outros planetas que poderiam abrigar vida. Quando foram descobertos
gigantes gasosos maiores do que Júpiter, em 2001, girando em órbita
semelhante à do Sistema Solar, esses cientistas começaram a questionar
se o nosso seria padrão para tudo. E em junho passado novos júpiters
foram encontrados em órbitas similares à do nosso Júpiter. Desde
então eles vêm olhando para o céu à procura de pequenos planetas. E um
estudo estimou que há bilhões deles lá fora. Poucos duvidam da presença
de planetas rochosos girando em órbitas iguais à da Terra. Nenhuma prova
disso, contudo, deve surgir em 2004. Este é um mistério que
provavelmente não será solucionado até que uma nova geração de
telescópios espaciais for lançada. Um
outro estudo publicado no ano passado diz que as chances de existência
de vida extra-terrestre em planetas semelhantes ao nosso são de 1 em 3. A
maioria dos cientistas procuram vida na forma de micróbios, mas um
grupo de cosmologistas buscam sinais de vida inteligente.
6 - Sol enigmático
No
ano passado, uma série de fotografias detalhadas do Sol revelou
estruturas em forma de canal saindo de regiões brilhantes e indo para
pontos escuros da estrela. As estranhas estruturas são compostas de
energia magnética e são extremamente quentes, mas isso é tudo o que se
sabe. O que as gera ainda é um mistério. "O que acontece exatamente e
porque esse tipo de estrutura é formado, nós não sabemos", diz Dan
Kiselman, que participa do estudo.
7 - Idade do Universo
Os
cientistas estão de comum acordo sobre como o Universo primevo foi
formado, mas começam a questionar quando a atual era do Cosmos começou.
Dados apontavam para algo entre 12 bilhões e 15 bilhões de anos atrás,
até que imagens feitas pelo telescópio Hubble, em abril, revisou essa
crença, estimando a idade entre 13 bilhões e 14 bilhões de anos. Não dá
pra dizer quando uma resposta precisa será apresentada, mas pode-se
prever a possibilidade de uma outra estimativa.
8 - Planetas desaparecidos
8 - Planetas desaparecidos
No
ano passado, o teórico Alan Boss, da Instituição Carnegie, de
Washington, desenvolveu uma idéia radical sobre o mecanismo de formação
dos dois gigantes gelados mais distantes do nosso Sistema Solar - Urano e
Netuno. Boss sustenta que quatro grandes planetas do nosso sistema
teriam sido formados a partir de nuvens gigantescas de gás e poeira e
não de objetos rochosos, como sustentava o modelo anterior. Para
sustentar sua teoria, e também Urano e Netuno, que pelo modelo padrão
nem existem mais na órbita do Sol, Boss colocou nosso Sistema Solar em
uma outra parte do espaço. Ele escolheu uma região de intensa formação
de estrelas, de modo que a radiação ultravioleta das estrelas próximas
pudesse colocar Urano e Netuno de volta aos seus devidos lugares no
nosso sistema. Está tudo
muito bem, tudo muito bom, mas os astrônomos estão muito céticos. Temos
uma velha teoria que não funciona e um nova que é, nas palavras de seu
criador, uma idéia maluca. Em
2004, enquanto alguns cientistas estiverem ocupados procurando planetas
em volta de outras estrelas, alguém vai descobrir como os planetas em
nosso próprio Sistema Solar foram criados.
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