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sexta-feira, 22 de junho de 2012

No prelúdio da guerra, vários países faziam pesquisas para investigar a possibilidade de detectar objetos distantes utilizando ondas de rádio.


No período 1934-1939, oito nações desenvolviam, de forma independente e em grande segredo, os sistemas deste tipo: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, URSS, Japão, Holanda, França e Itália. A Grã-Bretanha, adicionalmente compartilhava os conhecimentos de suas pesquisas com outras nações do Commonwealth: Austrália, Canadá, Nova Zelândia, e África do Sul, e esses países também desenvolveram seus próprios modelos de radar. Durante a guerra, a Hungria foi adicionada a esta lista.

De acordo com as teorias vigentes no pré-guerra, seria possível localizar objetos com a emissão de rápidas descargas de ondas de rádio. Estas ondas, ao se chocarem com objetos sólidos, seriam refletidas e captadas por um receptor. O tamanho do objeto poderia ser determinado pela intensidade do sinal refletido e a distância pelo tempo decorrido entre a emissão e a recepção do sinal.

Em fins do século 19, o físico alemão Heinrich Hertz, já havia realizado estudos demonstrando que objetos sólidos podiam refletir ondas de rádio.

No começo dos anos 30, os alemães estavam desenvolvendo aparelhos de rádio detecção batizados de Funkmessgerät für Untersuchung (Dispositivo de Medição de Rádio para Reconhecimento, ou Dispositivo sem fio para  Investigação).

Em 1934, engenheiros germânicos já haviam concebido um aparelho capaz de detectar um navio ou um avião a aproximadamente 12 quilômetros de distância.
A partir deste modelo, foram produzidos dois equipamentos bastante avançados para a época: o Seetakt para a Kriegsmarine e Freya para a Luftwaffe (Força Aérea Alemã). Entretanto, a marinha germânica não se interessou pelo aparato, apesar de determinar a instalação de Rádio-Telêmetros em todos os seus grandes navios de superfície.
Mas a Luftwaffe, ao contrário, demonstrou grande interesse na nova tecnologia. Conseguindo em pouco tempo desenvolver além do Freya outro equipamento muito eficaz: O Wüzburg.
Corria o ano de1939: Alemães e ingleses disputavam a liderança na silenciosa corrida pelo desenvolvimento do radar.

O Freya, de grandes antenas fixas, com alcance de 120 quilômetros, funcionava em conjunto com o Wüzbug cuja antena móvel, em forma de prato podia detectar  aviões voando em alta velocidade e alcançava 40 quilômetros.

Os Rádio-Telêmetros instalados nos navios da Kriegsmarine revelaram-se muito precisos no início da guerra, sendo de grande valia para controlar o fogo de canhões de grande calibre, porém com o decorrer do conflito, os aliados desenvolveram radares navais mais avançados.

Os alemães também foram responsáveis pelo primeiro sistema a incorporar um mostrador Plano Indicador de Posição (na sigla inglesa, PPI). Na Alemanha, este display era chamado de "Panorama". O Panorama funcionava com o Radar de Alerta Antecipado Jagdschloss.
Do lado britânico, o engenheiro Robert Watson-Watt, realizou as primeiras demonstrações com um sistema Radar em 1935.


Em setembro daquele ano, já existiam equipamentos operacionais com alcance de até 80 quilômetros, fato que levou as autoridades inglesas a  cosiderarem seriamente a possibilidade de instalar uma Rede Costeira de Estações de Radar.

Em 1938 a rede começou a se construída, formando uma cadeia, a chamada "Chain Home". Inicialmente 20 estações foram instaladas, sendo ampliado este número logo em seguida.
No mesmo ano, foram iniciados os testes de um novo sistema de radar, destinado a detectar navios em alto-mar, e em 1939, foram feitas demonstrações de como detectar aviões em vôo.

Os britânicos também desenvolveram estações móveis, denominadas "Chain Home Low" (CHL), capazes de detectar aeronaves em baixas altitudes.


Além disso, também colocaram em operação um sistema para identificação amigo-inimigo (Identification Friend or Foe), que mostrava na tela do radar se os aviões ou navios eram amigos ou inimigos.


No início, os radares, para os aliados eram denominados com o acrônimo RDF (Radio Detection Finder - Busca por Rádio Detecção), com o decorrer da guerra o nome foi modificado para RADAR (Radio Detecting And Ranging).
O Radar revelou-se capaz de identificar dados relacionados às quatro dimensões de um alvo: Distância (pelo tempo decorrido entre a emissão e recepção do eco); Tamanho (de acordo com a forma e comportamento visual do sinal; Posição (com uma antena direcional chamada goniômetro); Altitude (conseguido com a conexão entre várias antenas, sendo este o dado mais difícil de obter).
Para o sistema funcionar com máxima eficiência, operadores hábeis eram necessários, a fim de manejar o equipamento com rapidez e realizar os cálculos necessários para obter as coordenadas do alvo. Dificuldades para determinar a altitude das aeronaves persistiriam durante toda a guerra, para ambos os lados.

O Radar, além de desempenhar um papel vital durante a Batalha da Inglaterra, também foi de grande valia na Batalha do Atlântico, principalmente após a introdução de um aparelho, o Magnetron, que operava em um sistema de 10 centímetros de comprimento de onda, ao invés do anterior, de 100 centímetros. Com ele era possível detectar até mesmo o periscópio de um submarino submerso a várias milhas de distância.
 
 Sistemas modernos 100% brasileiros

O “MARRUÁ” E O SISTEMA DE CONTROLE PARA ARTILHARIA ANTIAÉREA (tecnologia 100% brasileira)

MARRUÁ - Plataforma para Sistema de Artilharia Antiaérea de Última Geração (Foto de Júlio Soares)

VEÍCULO TEM RADAR QUE RASTREIA AVIÕES EM BAIXA ALTITUDE

“Caxias do Sul (RS) - O utilitário militar Agrale Marruá AM 20 é a base transportadora do avançado sistema de controle para a artilharia antiaérea, desenvolvido para o Exército Brasileiro pela ORBISAT e controlada pela “EMBRAER Defesa e Segurança”.

O projeto, que conta com a parceria do “Centro Tecnológico do Exército” (CTEx), integra o Sistema de Defesa Antiaérea do Exército, abastecendo-o com informações capazes de contribuir para a tomada de decisões em inúmeras situações que envolvam questões de defesa e segurança.

Desenvolvido com tecnologia 100% brasileira e sem similar no mercado nacional, o sistema pode ser utilizado para coordenação da defesa de tropas e instalações militares, em situações de combate e em grandes eventos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada. O sistema funciona como base para o comando e controle das informações enviadas, em tempo real, pelo radar “Saber M60”, também produzido pela ORBISAT, e usado para vigilância aérea e terrestre de aviões a baixa altura, que rastreia alvos em um raio de até 60 quilômetros e a altitude de até cinco mil metros.

radar “Saber M60”

De acordo com a Agrale, o modelo “Agrale Marruá AM 20” – que tem diferentes configurações, como AM 20 GE (Guerra Eletrônica) e AM20 VCC (Viatura Comando e Controle) - foi escolhido por suas características de robustez, durabilidade e facilidade de manutenção, além de poder ser utilizado em diferentes tipos de serviços e terrenos.
 
 
 

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