Existem mais de 2.000 satélites em operação orbitando a Terra hoje. No final de suas vidas úteis, muitos simplesmente se desintegram ao entrar na atmosfera. Porém, alguns continuam orbitando nosso planeta como satélites "zumbis" - nem vivos nem mortos. Estes são satélites que sofreram algum tipo de falha ou que se encontram fora de controle a partir da Terra. O QTC da ECRA já publicou duas matérias sobre um destes satélites - o Oscar 7, lançado pelos radioamadores em 1974
Scott Tilley, VE7TIL, é um radioamador canadense cuja paixão consiste em caçar estes satélites. Em 2018, ele encontrou sinais de uma sonda da NASA chamada IMAGE que havia desaparecido em 2005. Com a ajuda de Tilley, a NASA conseguiu restabelecer o contato com a sonda.
Scott em seu shack
Outros satélites encontrados por Tilley são bem mais antigos, como foi o caso do satélite Transit 5B-5, que foi lançado em 1965. Este foi um satélite de navegação da Marinha dos EUA movido a energia nuclear que ainda circula a Terra em uma órbita polar, há muito esquecido por todos, exceto por uns poucos interessados em ouvi-lo "cantar" quando cruza o céu.
Desta vez, Tilley se interessou por um satélite de comunicações que ele supunha ainda estar vivo - ou pelo menos entre os mortos-vivos. O LES-5, construído pelo Laboratório Lincoln do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o famoso MIT, foi lançado em 1967. Um antigo documentário do governo dos EUA fala a respeito do satélite:
Desta vez, Tilley se interessou por um satélite de comunicações que ele supunha ainda estar vivo - ou pelo menos entre os mortos-vivos. O LES-5, construído pelo Laboratório Lincoln do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o famoso MIT, foi lançado em 1967. Um antigo documentário do governo dos EUA fala a respeito do satélite:
Tilley seguiu os passos de outro caçador que, em 2016, encontrou o LES-1, um satélite construído pelo mesmo laboratório anteriormente. O motivo de seu interesse no LES-5 era que, se ainda estivesse funcionando, poderia ser o satélite em órbita geoestacionária mais antigo ainda em operação.
Ao vasculhar a Internet, ele encontrou um documento descrevendo a frequência de operação do LES-5, um satélite experimental de comunicações UHF militares, isso, claro, se ainda estivesse "vivo". Ele decidiu então dar uma olhada.
Antes, porém, ele precisava construir uma antena, suporte, bem como conectar e ajustar pré-amplificadores, filtros, e outras coisas. Isso tudo demanda tempo, e seus afazeres profissionais e domésticos combinados conspiravam contra seu projeto.
Mas então veio a pandemia da COVID-19. Como consequência, a Colúmbia Britânica, onde Tilley vive, entrou em quarentena. Como muitos de nós, de uma hora para outra o fator tempo deixou de ser um problema. Assim, Tilley pôde dedicar-se à procura do LES-5 e, em 24 de março, seus sinais finalmente foram captados. Ele notou uma portadora modulada na frequência de 236.748,7 MHz. Ele escreveu em sua conta no Twitter:
Antes, porém, ele precisava construir uma antena, suporte, bem como conectar e ajustar pré-amplificadores, filtros, e outras coisas. Isso tudo demanda tempo, e seus afazeres profissionais e domésticos combinados conspiravam contra seu projeto.
Mas então veio a pandemia da COVID-19. Como consequência, a Colúmbia Britânica, onde Tilley vive, entrou em quarentena. Como muitos de nós, de uma hora para outra o fator tempo deixou de ser um problema. Assim, Tilley pôde dedicar-se à procura do LES-5 e, em 24 de março, seus sinais finalmente foram captados. Ele notou uma portadora modulada na frequência de 236.748,7 MHz. Ele escreveu em sua conta no Twitter:
O que me intriga é que seu sinal piloto de telemetria ainda está em operação", diz Tilley.
Em outras palavras, diz Tilley, apesar do satélite supostamente ter sido desligado em 1972, ele ainda está funcionando. Enquanto seus painéis solares estiverem sob o sol, o transmissor do satélite continuará a emitir. Ele acha que pode até ser possível enviar comandos para o satélite. Ele pode inclusive ser rastreado ao vivo no site do N2YO.
Logo após a descoberta, Scott enviou os dados de telemetria do satélite para o Dr. Daniel Estévez, EA4GPZ, para ver se o especialista em decodificação de sinais de satélite conseguiria identificar ou descobrir algo, o que de fato aconteceu. O satélite transmite em modulação BPSK a 100bps. Ele também acha que os dados são válidos, e com a ajuda da documentação original do satélite, até poderia decodificá-los e descobrir a situação de funcionamento do satélite. Porém, após 53 anos, seria muito difícil encontrar esta documentação. Daniel descreve a descoberta em se
Em outras palavras, diz Tilley, apesar do satélite supostamente ter sido desligado em 1972, ele ainda está funcionando. Enquanto seus painéis solares estiverem sob o sol, o transmissor do satélite continuará a emitir. Ele acha que pode até ser possível enviar comandos para o satélite. Ele pode inclusive ser rastreado ao vivo no site do N2YO.
Logo após a descoberta, Scott enviou os dados de telemetria do satélite para o Dr. Daniel Estévez, EA4GPZ, para ver se o especialista em decodificação de sinais de satélite conseguiria identificar ou descobrir algo, o que de fato aconteceu. O satélite transmite em modulação BPSK a 100bps. Ele também acha que os dados são válidos, e com a ajuda da documentação original do satélite, até poderia decodificá-los e descobrir a situação de funcionamento do satélite. Porém, após 53 anos, seria muito difícil encontrar esta documentação. Daniel descreve a descoberta em se
Por outro lado, o laboratório do MIT que construiu o LES-5 ainda é muito ativo em projetos secretos para os militares. O site NPR tentou contato com com a assessoria de imprensa do laboratório para perguntar se alguém poderia falar mais sobre o LES-5 e se ele ainda poderia receber comandos.
Mas, depois de repetidos pedidos, o Lincoln Laboratory finalmente respondeu "sem comentários".
Parece que mesmo um satélite zumbi de 50 anos ainda pode ter segredos.
Mas, depois de repetidos pedidos, o Lincoln Laboratory finalmente respondeu "sem comentários".
Parece que mesmo um satélite zumbi de 50 anos ainda pode ter segredos.
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